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segunda-feira, 10 de março de 2014

Mais uma vez eles se achegam

Hoje, eu senti o peso
Do mar que não abraça.
Como o mendigo da praça,
Vi os que amo passarem,
Como se fossem borboletas
Sem importância no arem.


Um rei ou um profano sultão
Ignorava a beleza do mundo,
O alicerce varado no peito vagabundo,
Que astia em viga carneada a verdade,
Para dar a todos a dignidade plácida
Para que o povo não veja o rosto covarde.


De pluma e açoite e ferro e vento
Vejo a agonia atônita do desalento,
Quando, hoje me senti totalmente despido.
Não quero mais na praça o tolo homem!
A mentira perfila minha carne com a fome,
Estripa as entranhas nuas no estampido.


Mata o menino  mãe efêmera, antes do homem
Acovardado lhe tirar a vida pela fome!
Nenhum voto de confiança
Merece o tolo que se empanturra
De opinião alheia e na noite urra
Como a besta fera que se chateia.


Ainda vai passar em todos os canais
Um filme que vai mudar o mundo
Pelos próximos quatro anos banais
Onde quem não ficar cego, virará cético
Retrato pequeno partido no olhar profundo
Duma criança riscando beijos em seu pórtico.


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