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sexta-feira, 6 de julho de 2012

QUANDO EU MORRER


Quando eu morrer,

Não quero fama, nem estardalhaço.

Não quero caixão de pinho,

Nem gravata de laço.

Menino, hoje sou vivo e belo

E ninguém vê meu sorriso amarelo.

Amanhã quando eu morrer,

Tirarão do meu pé o chinelo

E esculpirão em bronze

Bengala ou cutelo,

Plaqueta para o senhor administrador

Assinar: poeta, menino, poeta!!

Me cobrirão com o pó

Do ouro amarelo

E a glória me darão em verdade,

Dos empresários serei a vaidade,

Seu ouro e sua vida,

O caviar e a bebida.

Quando eu morrer,

Não quero fama, nem estardalhaço,

Os homens declamando meu nome

Como estúpidos palhaços,

As moças me enrolando em abraços.

Nas escolas,

Não quero que estudem

A minha vida em bagaço.

Ou mesmo que revolucionei,

Que uma escola literária inventei,

Não me cante como herói

Para que o povo me compre,

Mas folheiem

Minha vida

Num instante.

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