ÍNDICE
- Blog (2)
- Cartum (20)
- Conto (3)
- Desenho (6)
- Despoliticalização (4)
- Mulheres (2)
- Notícia (1)
- O autor (2)
- O padre e o anjo (19)
- Peitos (2)
- Pintura (3)
- Poemas (24)
- Quadrinhos (8)
- Videos (2)
sábado, 14 de julho de 2012
UM POUCO DA HISTÓRIA
Sidiney de Souza
Breguêdo nasceu em 1972, no Estado de Minas Gerais, em Monte Azul, cidade de
serras e diversas cachoeiras. Com apenas seis meses de idade veio para
Brasília, a capital recém-inaugurada, com seus pais, Rosa Nunes do Carmo e
Etelvino de Souza Breguêdo. Tudo foi prematuro na sua vida, aprendeu a ler
sozinho e com pouco mais de onze anos já escrevia poesias e fazia desenhos dos
mais variados, todavia devido ao histórico de sua família, começou a desenhar
na areia do chão, como São Francisco de Assis. Fato notório era que os pais sempre
foram evangélicos, da Igreja denominada Congregação Cristã no Brasil, cuja
doutrina rigorosa não permitia assistir televisão, jogar futebol ou ler
escritos (a maioria das histórias em quadrinhos ou livros infanto-juvenis eram
proibidos na casa do autor). Em detrimento de tudo isso o jovem Breguêdo começou a criar ilustrações, na maioria das vezes mulheres
nuas ou charges mostrando injustiças
sociais e criou um profundo amor pela leitura.
É lendário e
curioso como o próprio autor alega ter
começado a sua carreira literária. Isso ocorreu aos oito anos de idade, na
escola classe 15 da Ceilândia Sul, onde, inspirado por uma música do cantor
Roberto Carlos, o poeta, ainda criança,
tentou seduzir uma coleguinha de escola. Naquele dia, Sidiney Breguêdo copiou
de um livreto de cifras de músicas para violão, do seu irmão Daniel, um poema
do referido cantor. Munido deste texto, e alegando ser seu, pediu atenção a
todos no meio da aula e declamou para a pequena colega de sala. O que ocorreu
em seguida foi uma sonora vaia, já que todos conheciam o verdadeiro autor.
Triste e desolado o latente poeta fez
uma promessa: criaria os mais belos e originais poemas da língua portuguesa.
Não foram poucas as
poesias introduzidas por este autor nos anais da língua português, podemos citar: “beijo na mão “, ”quando eu morrer”, “o
alimento definitivo”, “a ilha”, “diálogo sobre o encontro com Florbela
Espanca”, “hino de morte”, “o caderno perdido”, entre outros. Desta forma, já podemos falar de uma poesia breguediana, com a característica
principal da desconstrução da figura do poeta, o que fica latente em boa parte
da sua obra. Assim, o autor dá
importância significativa aos detalhes, entalhando o próprio cotidiano e
retirando a auréola e as asas do
bucólico poeta clássico.
Na sua temática salta
aos olhos o homem comum, bruto, por vezes até estúpido. Ao mesmo tempo
encantadora, sua poesia é forte como o martelo de Thor. Nos mais
diversos poemas são encontradas figuras
de linguagem, onomatopéias e traços de uma rudeza sem igual, retrato de seres rudimentares.
Em um poema o autor diz não bater em
mulheres com as mãos, mas destruí-las com a poesia. Em outro trecho diz ser um
rascunho em um museu imaginário, que cria
com milho uma coleção de dicionários, vivendo no mundo das letras. Embora esteja
inserido no mundo dos homens, sujeito a todas as suas adversidades, fica claro seu
encanto, como vigia derradeiro e imparcial
da beleza esculpida nas relações modernas.
Em 2009 o artista
trouxe para dentro do livro “O jacaré pensador” um apanhado de dezessete anos de produção intelectual. Na
ocasião deu inicio a publicação de seus
livros, que já vinham sendo mostrados em diversos sites de literatura. Publicou,
então, o livro de contos “Frigorífico”, que trás uma seleção de contos
surreais, sendo uma experiência extraordinária, que nos coloca frente a frente
com nossa própria loucura. Logo depois veio “Meninos de ouro”, um livro que
reúne poemas curtos do autor. Neste ritmo
nasceu também “Palhaços de fundo rosa”, inovando e tornando mais alegre a poesia candanga, na
Capital da República.
Com forte inspiração
política e religiosa Sidiney Breguêdo se
ocupou em criar diversos personagens de histórias em quadrinhos. Os primeiros
deles, “A peste suburbana” em parceria com os amigos Capilé e Regino, tratava-se
de um grupo de jovens punks, retrato dos anos 80 e redemocratização do país.
Mas, sem dúvida, seus personagens mais notáveis são a dupla “O padre e o anjo”,
que recentemente virou livro. É a história de um padre bêbado e mulherengo que
recebe como protetor, um anjo que será totalmente seduzido pelas aventuras
terrenas.
O bardo é significativo
representante da cultura brasiliense, tendo participado do movimento cultural
da cidade de Ceilândia em diversas gerações. Participou ativamente do
nascimento do Centro Cultural da Cidade, onde hoje, ocupa a cadeira 39 da
ACLAP, Academia Ceilandense de Letras e Artes Populares.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
QUANDO EU MORRER
Quando eu morrer,
Não quero fama, nem
estardalhaço.
Não quero caixão de pinho,
Nem gravata de laço.
Menino, hoje sou vivo e belo
E ninguém vê meu sorriso
amarelo.
Amanhã quando eu morrer,
Tirarão do meu pé o chinelo
E esculpirão em bronze
Bengala ou cutelo,
Plaqueta para o senhor
administrador
Assinar: poeta, menino,
poeta!!
Me cobrirão com o pó
Do ouro amarelo
E a glória me darão em
verdade,
Dos empresários serei a
vaidade,
Seu ouro e sua vida,
O caviar e a bebida.
Quando eu morrer,
Não quero fama, nem
estardalhaço,
Os homens declamando meu nome
Como estúpidos palhaços,
As moças me enrolando em
abraços.
Nas escolas,
Não quero que estudem
A minha vida em bagaço.
Ou mesmo que revolucionei,
Que uma escola literária
inventei,
Não me cante como herói
Para que o povo me compre,
Mas folheiem
Minha vida
Num instante.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
PODE IR
Vai, o vento vai te acompanhar.
As carícias dele são surdas e doces
E as respostas que lhe oferecer
Serão sempre sussurros finos.
Não têm o palpitar da minha voz,
Nem os gritos do meu coração.
Tranquilize um pouco o seu peito,
Saiba que estou aqui.
Eu sempre vou estar...
Como um cadeado
Amarrado nas tranças do seu cabelo.
Se precisa ir
Não me espere.
A rua é cheia de novidades.
Aqui as paredes só têm cores
Quando você chega.
Vou ficar sozinho
Desenhando cartuns em um papel.
Sem música
E sem alimentos.
Ouvindo o som dos aviões
Destelhando a casa.
Vai, até onde puder ir sem olhar
Para trás.
Vou olhá-la seguir indefinida.
Sei que alguma coisa em mim
Mudou o seu olhar.
Não precisa chorar calada...
Meu amor,
Há luz na escuridão!
Uma paz colorida tirou as sandálias
E está perseguindo você.
Na verdade o céu se dividiu em cubinhos
Só para te dizer:
Disfarça esse sorriso
Aqui em casa eu posso ver.
Então, vai sempre em frente
Enquanto o vento te abraça e se estica.
O som dos aviões é lindo...
Vai, pode ir,
A solidão é companheira
quarta-feira, 4 de julho de 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
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